De facto a “vida material” que obrigatoriamente
determinada pessoa tem que viver é imperativa que se expressa com autoridade, vida
essa que é a actual que irreversivelmente começa e termina no nosso mundo material.
Sim, é verdade vivemos uma “vida material”
condicionada a efemeridade, porquanto detentores do corpo-matéria, perecível, que cada um vive, enquanto existência física.
Naturalmente, face a longevidade de cada pessoa,
que é variável, que poderá ser X ou Y, dependendo claramente o tempo que cada
uma poderá viver, uma permanência de tempo nesta “vida material”, mais longa ou
não.
Assim, é evidente que reconhecendo este
imperativo da condição humana, que é concretamente viver uma "vida
material", em que o bom senso para a prudência levá-nos a considerar, este
desfecho concreto na vida das pessoas.
Que é viver, enquanto existência física
num corpo-matéria susceptível a sua finitude, quando esta ocorrer pela falência
orgânica de que somos constituídos, uma inevitabilidade irreversível.
A continuidade da vida de cada pessoa
neste mundo material é aquela que em bom rigor "alguém" leva
determinada vida pelo vigor dela decorrente, consubstanciada pela harmonia e felicidade, uma
ausência total de "eventual debilidade", emocional ou psicológica,
que se expressa numa vivência sã e de bem-estar.
Contudo, não invalida os pressupostos
intrínsecos a "vida material", que fazem parte dela, como se de um
conteúdo se tratasse, de "coisas" boas ou não, que se traduzem em
obstáculos e dificuldades, uma vida repleta de adversidades, ou ainda de percepções,
pretensões, desejos e anseios.
É multifacetada toda esta conjuntura
actual, que determinada pessoa vive, porquanto é experienciada nesta actual
"vida material", uma rotina exercitada no dia-a-dia, que se baseia na verdade desse valor prático
de cuja utilidade se procura fazer bem e melhor.
No entanto, todo esse pragmatismo se
revela afinal no "dilema" uma circunstância árdua e difícil que se
torna insatisfatória de viver uma vida "vivida" condicionada a sua
efemeridade e consequentemente submetida a determinada "permanência de
tempo".
Um vínculo que entre a "pessoa e a
vida" este desconforto antagónico, se por um lado existe um desejo ardente
de viver.
Por outro lado, a imposição categórica
desse pressuposto que se descodifica algo até então indecifrável (…),
porquanto, a "vida material", termina como aliás o que é matéria é
susceptível à sua corrupção e degradação.
Esta leitura "nua e crua", no
tocante ao "fim último da vida" em como a humanidade está
condicionada, constitui para alguns um total "cepticismo".
Se, efectivamente, para estes
"cépticos" que ainda não têm uma concepção clara sobre o assunto, talvez
pela sua complexidade, contudo, uma certeza têm que esta vida que é material
termina, no entanto, insatisfeitos com o desenlace da "vida
material".
Todavia, temos aflorado nos nossos
excertos anteriores, que esta "vida material", de facto termina, mas
a especificidade humana é composta para além desta componente orgânica,
corpo-matéria, perecível, por um lado.
Por outro lado, a alma-espírito, uma
"sublimidade" sobrenatural faz parte de um todo da pessoa humana,
contudo, apenas temos a experiência desta actual "vida material",
porque a vivemos dessa experiência, como sabemos porque cada pessoa termina
irreversivelmente aquando da ocorrência da sua falência orgânica.
Como especificidade sobrenatural, de que
somos também assim formados na vertente "alma-espírito, ao mundo material
que é o actual nosso espaço global torna-se incompatível à sua compreensão, sobretudo
pela "inacessibilidade" que se reveste para dele conhecer.
Assim, o nosso discurso procurou
direcção exacta para deixar mais algumas considerações sobre o tema a
"irreversibilidade do tempo". António Cardoso
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