terça-feira, 7 de março de 2017

"A irreversibilidade do tempo (...) 314




O "decurso de tempo" que a humanidade vive na sua generalidade e ao indivíduo em particular, no actual espaço global, porquanto é um passagem no grande "espaço temporal", se considerarmos que a eternidade, é um tempo sem limites (...), por um lado.

Por outro lado, não  é comparável a este "efémero tempo", que cada indivíduo vive, é natural que exista uma resignação expressa pela aceitação voluntária e submissa que não é possível contrapôr.

É interessante, verificar a preocupação humana  que "vencida pelo pressuposto", porque já não é apenas a suposição da eventual hipótese, mas sim a afirmação da "trágica verdade" de que a vida é efémera e passageira.  

Assim, cientes deste cenário, que não é virtual, mas autêntico, porque experimentamos no nosso corpo material, submetido a uma permanência como "tempo de vida", algo estipulado, a semelhança de um "prazo a termo certo".

Que equivale a dizer que aquando da falência do organismo, de que somos constituídos,  organicamente, por corpo-matéria, perecível, o indivíduo, deixa de viver, porque expirou o seu prazo (...).

A espécie humana acometida a este "dilema", à partida sem solução, porquanto é imperativo viver uma "vida material" no actual espaço global, onde estamos inseridos, enquanto existência física num corpo-matéria, que se degradará.

Realmente, e voltando ao cenário de que é de facto verdadeira a situação que está "entre mãos" da humanidade, que se prende com a "escassez" do tempo, porque falta, traduzida pela ausência  deste bem tão essencial,  que é preciso tempo para "viver e compreender" (...)

Contudo, é exíguo o tempo (...), não chega nem sequer para o modesto indivíduo viver uma "vida digna", silenciosamente o anátema desta perseguição infame, pelo imperativo de ter que deixar de viver, deita tudo a perder (...).

Por isso, há-de "faltar", sempre o tempo, este "denominador comum" para todas as horas a seu lado,  é um prazer, uma ânsia inquebrantável de viver.

As nossas relações afectivas,  e as de amizade, aquelas que  são fugazes e passageiras a semelhança do tempo,  perdemos  no horizonte.

Afinal o tempo é assim tão importante?!.

A resposta é afirmativa, porquanto só sabemos viver quando o temos, entrar na sua posse equivale a "plena felicidade", enquanto ela dura (...).

Não é nenhuma ficção nem muito menos um "paradoxo", o tempo é a "matéria prima" número um, sem a qual não é possível retratar nada (...) tem que existir ele primeiro (...),  para o referirmos.

 Colocando o tempo no seu "pedestal"  e circunstancia -lo em determinado tempo, hora e lugar, ele marca uma era, etapa, um período, um relativo espaço temporal, que se expressa, em séculos, anos, meses, dias, horas, minutos, instantes. 

O tempo é sem dúvida uma "grandeza" sem precedentes na nossa história civilizacional, que importa referir como tal (...).

Na expectativa de puder deixar mais algumas considerações sobre o tema a "irreversibilidade do tempo". António Cardoso

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