sábado, 18 de março de 2017

"A irreversibilidade do tempo" (...) 319




Viver uma "vida material" que é o que acontece a humanidade em geral, e ao  indivíduo em particular, contudo, não se deve vivê-la irresponsavelmente, mas sim  adquirindo uma postura face à vida de que ela é para se "viver" e quando terminar não há mais nada?!

Valerá  a pena o esforço que é preciso fazer para se opôr a certa resistência, que é concretamente a de saber que a vida que se vive é efémera, uma passagem no tempo que se traduz em "tempo de vida".

De facto, vencendo determinadas dificuldades é possível atingir algum fim (...),  que se acredita em algo duradouro (...), não se sabendo o que é concretamente (...).

Mas movidos pela crença dessa possibilidade emocional, tem-se a percepção que há mais vida para além desta "vida material".

E não satisfeitos deste desfecho da "vida material" a humanidade tenta "ignorar", contudo o subconsciente adverte-nos que não se pode ficar indiferente, existe algo latente (...), uma intuição, percepção conjectura, etc.

De facto se caminha com a perspectiva de uma certa "continuidade" (...), somente ainda não se sabe qual e como se processará essa "continuidade".

Assim esse constrangimento se mantém enraízado em nós mesmos, porquanto queremos "viver", contudo, caminha-se para esse destino irreversível, uma "vida material" que termina no actual espaço global. 

No entanto, as pessoas vivem reféns por diversas "paixões", não são capazes do desprendimento total das "coisas terrenas", pela relação que têm uma conexão subjectiva que os vincula a este estado emocional.

Que a vida é um "mistério" é a realidade concreta, um fenómeno que ocorre em cada um de nós,  é inexplicável (...), a posse da vida e perda contém o seu secretismo.

Porquanto, tratando-se de um "mistério", certamente que não poderá ser desvendado, cumpre-se um certo desígnio e convicção para o qual foi criado.

O que se compreende e sobre a qual se tem a experiência desta "vida material", que se vive, onde a humanidade exercita todos os dias esta prática concreta da sua existência, "que se tem a posse da vida e que se perde" num ciclo interminável (...).

O "espelho da vida", que observa tudo quanto se faz, relativizando, porquanto tudo o que se fizer é provisório, embora a imagem que se apresenta determinada reprodução, como se de uma cópia se tratasse, visto ser a auto-reflexão de nós próprios.

Que é a cena da "vida real", condicionada a um "tempo de vida", uma permanência de "vida material ou vida terrena", enquanto física que "alguém" vive, simplesmente ela é concreta e termina irreversivelmente, que é a contingência da "vida material" que a humanidade está submetida.

Assim na expectativa de que o nosso discurso possa deixar mais algumas considerações sobre o tema a "irreversibilidade do tempo", fizemos desta forma. António Cardoso


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